Confiança ou Desconfiança

Existe um código de ética. Existe uma cousa a respeito de irmandade, fraternidade, amizade e de respeito entre amigos que é vital e final, irrevogável, inalienável, e todas as vezes quando o balanço entre a amizade e o código de ética da amizade é rompido ocorre um evento de desequilíbrio na tessitura social que leva uma onda de choque a todas as partes envolvidas mas que tende a culminar no indivíduo com quem a norma foi rompida ficando puto.

Segredos, por exemplo, são um ponto de possível ruptura dessa delicada tessitura social. Na verdade, são a principal causa de problemas entre as pessoas, e definitivamente criam um certo grau de tensão quando não há confiança. Mas e, pergunto, quando há confiança?

Nós compartilhamos segredos. Mas compartilhamos segredos esperando que as pessoas os utilizem da forma correta, ou pelo menos, que confiem que nossos segredos não serão utilizados como armas contra essas pessoas a quem confiamos nossas mais secretas ambições e desejos. E, então, eles retornam a você, com a velocidade de um raio, com a inércia de um petroleiro sem âncoras, e destroem tudo aquilo que você levou anos para construir.

Talvez, somente talvez, devêssemos nos calar para sempre, e viver no ostracismo auto inflingido.
Talvez, somente talvez, seja mais cômodo assim: Não fazer amizades para não ter que perdê-las.
Talvez, somente talvez, tudo seja mais adequado sem ninguém para atrapalhar.
Talvez, somente talvez.