Enquanto nós, brasileiros de bem, vivemos as agruras de correr atrás de prejuízos e mais prejuízos socias e econômicos, alguns de nossos COMPATRIOTAS utilizam-se de meios não legais para conseguir os mesmos objetivos de subsistência e escalada social. Sim, correr atrás dos prejuízos sociais é escalar socialmente. Na minha concepção, é claro.
Eles tem uma coisa que nós não temos: Organização.
A violência generalizada que se alastra pelo Rio de Janeiro e São Paulo e que tem seus ramos atingindo a população de outras capitais menos importantes tem uma organização tremenda. Presumo eu que enquanto nós, cordeiros, dormimos, eles estão lá, em suas mansões nas favelas, pensando, matutando sobre quem contratar, como fazer, a quem delegar e como instruir seus funcionários do tráfico, roubo e terror. Em suas celas nas cadeias, onde são tratados como reis (pelo menos os mais perigosos), eles aguardam e pensam, aguardam e visualizam, aguardam e pacientemente traçam os planos de destruição da paz pública. Porque há muito dinheiro em jogo, muito mais do que nós imaginamos. A desmoralização da polícia, a desestabilização da cúpula política, e a transformação dos habitantes em alvos fáceis torna a circulação do dinheiro empregado por esses artífices do mal numa coisa muito mais fácil. Sim senhores, eles estão azeitando as engrenagens, facilitando o seu trabalho por intermédio de uma tática tão comum no oriente médio hoje: O terror.
Terror que sistematicamente vem minando as bases da política bushista de combate ao terror (que no dicionário deles quer dizer qualquer um que não concorde com a política deles e que seja de outra religião que eles ou que tenha poços de petróleo em abundância e possa ser um excelente alvo tático). As ideologias de combate à organização do crime não funcionam mais como funcionaram outrora. As pessoas estão assustadas, as organizações se rendem ao poder do comércio ilegal de armas e munições, os bandidos tem armas cada vez mais poderosas e estratégias cada vez melhores, não existe mais profissionalismo nos assaltos, os bandidos agora estupram, matam, torturam, mutilam física e psicológicamente as pessoas dia após dia, num mundo doente.
Saddam era um torturador nato. Estuprou, e seus filhos estupraram. Ele bombardeava diariamente a população iraquiana com insultos à sua inteligência, por meio de sua propaganda. Sua rede de informantes e de aliados devia ser enorme, e falar do ditador era uma coisa absurdamente terrível. Os inimigos eram mortos, lentamente. Os soldados que lutavam por sua causa temiam o ditador mais que outra coisa, e ele acabou sendo preso, acuado. Mas a prisão de Saddam tornou-se mais um ato fútil. Ele está sendo julgado, continuará em julgamento, e inevitavelmente será morto (o que o tornará um martir) ou condenado a prisão perpétua (o que um dia ou outro o libertará, e o que inspirará pessoas de seu clã bárbaro a perpetuarem uma rixa absurda).
Em São Paulo bastou uma transferência, bastou um telefonema, bastou uma não política de destruição de celulares em cadeias para que se instalasse um caos sem precedentes. Guerra civil. Pessoas incendiando ônibus (alguém estimou o prejuízo?), pessoas matando policiais (alguém estimou o prejuízo?), pessoas destruindo fóruns públicos, bancos, mais ônibus, machucando e assaltando inocentes, fechando o comércio em dias negros de violência e retaliação. O Primeiro Comando da Capital tornou-se dono da cidade, e nós, cidadãos de bem, reféns. Cordeiros, aguardando de joelhos a nossa execução. Fechamo-nos em nossas casas com a esperança de não sermos atacados pelos vis marginais, mas se eles por ventura o fizerem, como nos defenderemos?
Meses atrás, queriam tirar até mesmo nosso direito de portar uma arma, de possuir armas. Já somos cordeiros, agora sem nem a possibilidade legal de se portar uma arma nós seríamos como cordeiros bêbados andando sobre a linha do trem. O crime se organiza, a sociedade devia se organizar.
Mas como? Não tenho todas as respostas. Mas em primeiro lugar, somos passivos, recebemos as péssimas novas da política como se isso tudo fosse mais uma coisa que não nos vai afetar. Nossa política é doente. Nosso presidente não cuida de nossos interesses, está interessado em dividir e apoiar (acredito que ele baixaria as sanções contra os traficantes se ouvisse uma intenção de colaboração por parte deles, assim como fez com a Bolívia, porque nosso presidente é um cabra mal instruído, que os Deuses o perdoem) ao invéz de marcar uma posição firme e decidida contra os crimes que existem na nação.
Nossa política extremamente desorganizada continuará pífia. As pessoas das grandes cidades não vêem sentido nela. Não há porque. Nas pequenas cidades a disputa continua, porque ter um político apoiando a família significa um seio muito farto provendo leite para as bocas famintas que não tem alternativa desenvolvimentista para sobreviver. São causas crônicas de subdesenvolvimento que nunca foram nem nunca vão ser combatidas - porque somos ineficientes políticamente. E somos ineficientes políticamente porque enquanto no interior queremos uma teta para encher nossas panças, nas cidades não nos interessamos por política e os políticos não se interessam por nós. Os governadores são figuras um pouco ativas, mas o seu alcance é macro - não interessa tanto aos mortais. Já o presidente da república, que deveria ser o ápice da confiança, está atolado até o pescoço com o seu partido, antes a redenção da nobreza política, agora o reduto de marginais e inconsequentes que nem ao próprio presidente conseguem oferecer apoio sólido.
Ao povo resta organizar-se. Prestar atenção, ler. Trabalhar mais em prol da sociedade, do todo. Armar-se. Tanto teóricamente quanto de forma prática (sim, arme-se, e que alguém ouse invadir o santuário do seu lar!). Eu estou convocando você a tomar uma atitude, a se mover contra a correnteza, a não ficar nesse conformismo estagnado onde você se encontra. Só assim, só com atitude, só com determinação a política vai funcionar, então o judiciário vai acompanhar, a polícia vai ter que se espertar, e o presidente será efetivamente responsável pelas suas ações medíocres, seus discursos intragáveis, e suas políticas de assistencialismo e propaganda colorida. Chega de Brasil de violência organizada. Precisamos de Brasil de CONSCIÊNCIA Social Organizada. Já.
terça-feira, maio 16, 2006
Violência Organizada
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