Obviamente a mais longa jornada é a vida. Isso não deve ser contestado, porque é, acima de tudo, uma conclusão lógica. No entanto, dentro da vida existem algumas jornadas, e esse conjunto de sub-jornadas é que são interessantes para o desenvolvimento de estratégias pessoais. Ou não, claro.
A mais longa jornada e que demanda maior análise de seu eu interior é a jornada pela autonomia financeira, na minha opinião. Claro que a autonomia psicológica (ou pelo menos a da estabilidade psicológica) pode ser muito mais difícil, mais a mais longa é obrigatóriamente a a da autonomia financeira.
Não que todos tenham que passar por essa jornada. Algumas pessoas são abençoadas com heranças, ou com desapego aos bens materiais - não o meu caso, gostaria de acrescentar, aliás, nenhum dos dois é o meu caso. Mas o que é interessante é a jornada das pessoas que não são agraciadas com esses dons.
O crescimento pessoal e global das pessoas que vem de baixo é mais trabalhoso, muito mais exigente, e as pessoas que não tem o pique para crescer devem:
a) Esquecer o assunto e migrar para a área dos reclamantes eternos;
b) Passar a roubar para tentar chegar ao topo;
c) Tornar-se um estelionatário;
d) Procurar poderes alternativos (política, propriedade);
e) Poupar cada migalha que conseguirem, lenta e ininterruptamente, até o fim dos tempos;
f) Apostar na loteria constantemente e brincar com a sorte até que consigam fazer algum dinheiro dessa maneira tão peculiar.
As pessoas que tem o pique para crescer acabam por crescer eventualmente. É um processo doloroso, difícil. As crises são constantes, pois nem sempre o apoio vem de todos os lados de seu relacionamento pessoal, e a luta por um bom local para firmar sua mão no paredão de escalada da vida é muito intensa. Algumas medidas são tomadas por todo e qualquer "crescedor". Entre elas, a abdicação de prazeres em nome de trabalhos. Lista:
a) Abdicação de prazeres em nome de trabalhos;
b) Início de uma maratona de organização e reorganização pessoal;
c) Alteração de rotinas de prazer por rotinas de stress menor;
d) Pensamento estratégico;
e) Pensamento econômico;
f) Trabalho.
Trabalhar é uma coisa horrenda. Não condene ninguém ao trabalho, nem condene a si mesmo ao trabalho, ainda assim não se pode livrar dele. Esse é o caminho da jornada, o périplo que o leva ao fim da grande jornada (que infelizmente não acaba jamais, pois outros assumem as posições deixadas para trás pelos insubstituíveis falecidos).
No entanto trabalhar é preciso.
E a jornada não acabará.
Até o fim.
sexta-feira, maio 19, 2006
A Mais Longa Jornada
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