Durante a vida normal de um ser humano, ele tem que ser incompetente pelo menos um terço das vezes. Incompetência é uma coisa tão difícil de ser medida, tão complicada de ser calculada. Nós estamos tão cercados dela que algumas vezes dói. Dói lá no âmago, lá no intestino, lá no cólon do útero da grávida de gêmeos que recebeu um delicado chute de seu futuro Pelé, aidna que esse chute não seja horrivelmente doloroso como o chute da incompetência.
Enquanto travamos nossas batalhas épicas pessoais, enfrentamos a problemática do trade off entre sucesso e incompetência para que a gente consiga um emprego que não seja baseado em perguntar "e você vai querer fritas com isso?" durante a vida toda. É desalentador você chegar à conclusão que:
a) Estamos numa sociedade capitalista.
b) O seu tempo diário é muito barato.
c) Você precisa de um coeficiente de sucesso e incompetência favorável ao sucesso em mais que cinquenta por cento ou você terá problemas para vender seu precioso tempo para o mercado contratante
d) Seu círculo de relacionamento tem que ter determinada circunferência para que ele se ajuste à sua necessidade de maiores salários e menores preocupações (só financeiras, amorosas e tudo mais não entram nessa categoria de preocupações).
Entender os dois primeiros é um sinal de que provavelmente sua incompetência não é tão grande quanto você imagina: Note que ela pode ser muito maior que você imagina ainda que você tenha entendido "A" e "B". "A" refere-se à nossa condição de provedores de trabalho. Sim, mercado ofertante de trabalho, criatura. Econômicamente falando, somos seres que vendemos nossos corpinhos durante oito horas diárias em média, e que ainda que seja frustrante, nos sobram oito horas para dormir e oito horas para comutar para o trabalho, para nos prepararmos para trabalhar e para... hm... consumirmos o fruto do trabalho de outrem. "B" é a consequência que temos por sermos capitalistas, ou seja, todos ofertam trabalho, de alguma área, e somente alguns se destacam e conseguem agregar valor ao seu trabalho. Esses, em geral, tem um coeficiente em "C" muito bom. As pessoas, em primeiro lugar, não podem falhar repetidamente, porque isso é sinal de incompetência.
Nota: Um contrabandista é pego. O que isso denota? Incompetência em camuflagem, negociação e se ele é preso e não tem dinheiro para fiança, ele é incompetente em planejamento financeiro também. Ou seja, em tudo o que ele precisa ele falha. Não precisamos de gente assim, nem para fazer contrabando, porque ou você faz as coisas de um modo que preste ou você se suicida, se reeduca ou se recicla em um vegetal para melhor proveito da sociedade.
"C" é o ponto chave, é o que determina o teu sucesso inicial. Fazer bem feito e de forma competente é o que determina se você sobrevive ou não no meio humano. O seio da nossa tribo global precisa de bons caçadores de oportunidades, que não errem o alvo com frequência.
"D" é outra forma de medir competência. Algumas pessoas são ótimas em "D" e isso significa que podem não ter tanto "C", mas estas pessoas estão fadadas a agradar sempre o seu círculo social "D", ou seja, elas são escravos das massas, ou das elites.
Bom mesmo é se perceber que existem quatro coisas mínimas a ser observadas para que você não seja um incompetente completo.
A incompetência é um cancro horrível, acredito piamente que as pessoas fadadas à incompetência deveriam repensar as suas estratégias, mas veramente eu não vejo muita saída. Esse é um cancro que nos leva a repensar constantemente a vida. Nos, no caso, somos nós, as pessoas que efetivamente querem livrar o mundo da incompetência. Não que sejamos heróis. Simplesmente somos melhores sobreviventes. Ou assim o queremos.
quarta-feira, março 08, 2006
A incompetência
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