quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Não odeie um EMO - você pode ser o próximo.

Não, não é uma campanha contra os odiadores de Emos. Emos são chatos mesmo, eles tem uma maneira muito ridículamente absurda de olhar a vida, mas eles são minorias. Minorias devem ser respeitadas, especialmente pelo fato de que você nunca é maioria em todos os aspectos - um dia você pode ser aquela minoria absurdamente massacrada pelas massas.

Foi assim com os gays, com os negros, com os muçulmanos, judeus. Hoje as coisas estão um pouco menos injustas, e é mais injusto ainda que se passe a fazer distinção e apartheid entre as pessoas por uma coisa simples como hábitos e roupas, agora que quase todos temos pele ou um pouco mais escura ou pelo menos um parente que se casou com alguém que não é de uma linhagem antiga.

Aliás, essa história de linhagem é uma bobagem estúpida, estranha, perversa. Não, não existe linhagem, pare com essa bobagem. Não devemos nos manter puros, a pureza não existe mesmo, tudo o que nos resta é a homogeneização dos cromossomos no longo prazo, então deixe essa história de linhagem para a Heráldica estudar. Não há como evitar, um dia os paranaenses e os bahianos estarão tão perto que será absurdo criticar um ao outro pelo sotaque, ainda que seja estranho ao ouvido. Pense num emo baiano encontrando um neo nazista curitibano na rua. Sim, existe neo nazista em Curitiba, ainda que eles não tenham idéia do porque são neo nazistas exceto pela diversão de espancar moradores de rua, outra minoria que está virando cada vez mais maioria e ganhando as notícias nos roubos, note, as pessoas que moram em casa, com dinheiro, estão perdendo espaço, sim, você está virando minoria, maninho, seu Tag Heuer no pulso não é só pra você, você vai acabar dividindo forçadamente a riqueza, preste atenção. Tolerância e colaboração é a chave - foda-se o neoliberalismo, eu quero mesmo é uma maior participação da sociedade nas coisas. Foda-se o livre mercado. Livre mercado é miscigenação comercial em massa. Foda-se educação enlatada em currículos voltados para o mercado (ouviu, Business School?).

A humanidade não presta, mas ainda assim somos forçados a aguentar o cheiro uns dos outros por dias incontáveis, horas inimagináveis, dias absurdamente longos.

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