Aqui deitado no leito árido da gripe, com febre e inflamação de garganta (quiçá delirando), num ângulo exterior se vê um corpo inerte, febril.
Tal como a cama que o sustenta, note, num paralelo com eletromagnetismo, há linhas de força nas fibras da madeira da cama, há linhas de força nos cristais do concreto do chão, das vigas, do alicerce, há linhas de força segurando o corpo inerte e febril que repousa pesado sobre o magma.
Vendo à Lua que passeia pela janela de meu quarto, lembro das marés, e consigo sentir levemente a atração gravitacional da Lua... Auto-sugestão, delírio ou aumento de sensibilidade, quem sabe... O que importa é que senti uma força me puxando na direção contraria ao que se está acostumado. Linhas de força agindo fora da matéria, no espaço, alterando o sossego de corpos febris boiando sobre placas de pedra.
Fecho os olhos certo da ignorância sobre a natureza real e sem esperança concedo a minha mente o direito de viajar até a Lua, seguindo até Marte... Quando olho atrás, apenas pontos brilhantes por toda parte, aquilo que bilhões chamavam mundo, daqui é tão pequeno que se torna impossível identificar.
E o que se sente, de estar sozinho, é o mesmo, não importando a distância. E o que se entende é que a distância foi algo colocado, não existe distância. Estar só é uma escolha, não uma situação.
Quando olho atrás, por toda parte, bilhões chamavam.
3 comentários:
Viajando a negócios ou a lazer Rodrigo? Hehehehehe
Hummm... Até que enfim...
Gostei.
A Arte de Matar:
Faz bem deveras ao espírito; porém há sempre um boss te observando sinistra e enigmaticamente, pronto pra inibir o seu instinto assassino! :-(
"Se vc naum comer, o(s) outro(s) come(m)!!! :p"
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